Canais divergentes: características e funções

Canais divergentes (distintos) são canais que circulam mais profundamente de forma ascendente (para cima), e que passam pelo órgão associado e emergem na região do pescoço. Saiba mais.
Canais divergentes: características e funções

Os canais divergentes

 

O termo divergente ou distinto vem do mandarim “jing bi” e pode ser compreendido como um ramo que diverge do canal principal. Pode-se dizer que são canais que circulam mais profundamente de forma ascendente (para cima), e que passam pelo órgão associado e emergem na região do pescoço.

 

Pensando na teoria das correspondências (5 movimentos), os canais divergentes estão associados (e sob o controle) do Coração.

 

Existe um canal divergente associado a cada um dos órgãos e vísceras, portanto 12.

 

Os trajetos dos canais divergentes

 

Um detalhe importante, é que os trajetos dos canais divergentes Yin são diferentes dos trajetos dos canais divergentes Yang.

 

Nos canais divergentes Yang, o trajeto se separa do canal principal, passa pela víscera correspondente e ao par acoplado e depois retorna ao canal principal na região do pescoço. Já nos canais divergentes Yin, existem 2 possibilidades.

 

 

Nos canais divergentes do Pulmão, Coração e Rim, o trajeto se separa do canal principal, passa pelo órgão correspondente e depois se une ao canal Yang acoplado.

 

Já nos canais divergentes do Baço, Fígado e Pericárdio, o trajeto se separa do canal principal e depois se une ao canal Yang acoplado, sem passar pelo órgão correspondente.

 

Pontos próprios

 

Os canais divergentes não possuem pontos próprios. Ou seja, para atuar neles é preciso utilizar pontos em que se “cruzam” com os canais principais.

 

Ponto de reunião

 

Ao entender os trajetos desses canais, é possível notar que os trajetos de todos eles se encontram com seu canal principal associado (ou acoplado) na região do pescoço ou da face.

 

Esses pontos onde há o encontro do canal divergente Yang, do canal divergente Yin e o canal principal Yang associado são chamados de ponto de reunião ou ponto de reunião superior!

 

Ainda, 4 dos 6 pares de canais divergentes tem também uma área ou um ponto de reunião inferior, ou seja, um local em que o Qi do par converge antes de divergir e seguir em ascendência.

 

Funções dos canais divergentes

 

As funções dos canais divergentes são as seguintes:

 

Permitir a conexão e integração entre vários órgãos e canais

 

As características dos trajetos dos canais divergentes possibilitam uma conexão e integração profunda entre vários órgãos e também funções específicas de pontos de acupuntura.

 

Equilibrar e harmonizar Yin e Yang

 

A integração entre os canais divergentes Yin e Yang e suas conexões com os canais principais permitem o equilíbrio e harmonização de todas as características Yin e Yang: exterior e interior, alto e baixo, Qi e Sangue, etc.

 

Harmonizar o interior e o exterior

 

Como os canais divergentes convergem e entram, partem e saem, els posibilitam a harmonização e conexão entre o interno e o externo.

 

Regular o fluxo de Qi na cabeça

 

Somente os trajetos externos dos canais principais Yang chegam na cabeça. A regulação e harmonização de Yin e Yang e a chegada do Yin Qi no alto ocorre através dos canais divergentes.

 

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Para finalizar

 

Os canais divergentes são úteis para questões emocionais por harmonizar e equilibrar órgãos, vísceras e canais. No estado fisiológico, a mente e as emoções são harmônicas.

 

É importante salientar que os canais divergentes não são utilizados para fins diagnósticos devido sua profundidade.

 

Por outro lado, na prática clínica, os pontos de reunião e pontos de divergência dos canais divergentes podem ser utilizados para atuar em patologias mais profundas ou que atingem simultaneamente órgão e víscera ou diferentes partes do corpo.

 

Referências

 

– DEADMAN, Peter; AL-KHAFAJi, Mazin; BAKER, Kevin. Manual de Acupuntura. São Paulo: Roca, 2020.​

MACIOCIA, Giovanni. Canais de Acupuntura. Uso clínico dos canais secundários e dos oito vasos extraordinários. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Roca, 2008.

– MACIOCIA, Giovanni. Diagnóstico na Medicina Chinesa: um guia geral. 1ª edição. Rio de Janeiro: Roca, 2006.

– MACIOCIA, Giovanni. Os fundamentos da medicina chinesa. 3ª edição. Rio de Janeiro: Roca, 2019.

– SIONNEAU, Philippe. A Essência da Medicina Chinesa. Livro 1. 1ª edição. São Paulo: EBMC, 2014.​

– WANG, Bing. Princípios de medicina interna do imperador amarelo (tradução). 1ª Edição. São Paulo: Editora Ícone, 2013.

Quem escreveu

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Ana Regina Tanganeli

É professora e coordenadora do Aprendiz de Medicina Chinesa. É profissional da Medicina Chinesa com formação em Acupuntura, Fitoterapia, Dietoterapia, Tuiná e Medicina Chinesa Clássica e especializada em Pediatria. Tem mais de 20 anos de experiência em docência e é especialista em epistemologia, didática e tecnologias de ensino.

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