5 coisas que não devem ser feitas na prática clínica

Vamos dar uma pausa na teoria para falar um pouco da prática clínica.

Afinal, não adianta ser um profissional excelente se falhar no atendimento do paciente :-(

Vamos lá!

1. Deixar o paciente sozinho agulhado

Tem profissional que agulha o paciente e volta depois de meia hora para retirar as agulhas. Alguns mandam outra pessoa fazer a retirada e outros ainda deixam o paciente agulhado até… lembrar que o paciente ainda está lá.

A inserção das agulhas, o estímulo e até o uso de alguns pontos podem causar reações desagradáveis no paciente, como por exemplo tontura, náusea ou queda de pressão.

Ainda, existem pacientes que tem um “certo medo” de agulha e que podem entrar em pânico ao se verem numa sala, sozinhos e cheio de agulhas.

Isso não se faz! É preciso acompanhar o paciente durante o tempo de agulhamento (inclusive verificar o pulso e realizar estímulos).

Caso isso não seja possível por algum motivo, pelo menos disponibilize uma campainha (do tipo sem fio, que custa a partir de R$ 20,00 no mercado) ou alguma outra forma de chamada para que o paciente se sinta seguro e te chame em caso de emergência.

Porém, mais uma vez ressalto: Deve-se permanecer com o paciente durante todo o tempo!

2. Só fazer diagnóstico na primeira vez

Tem muita primeira consulta por aí que dura 2 ou 3 horas: todos os passos do diagnóstico são seguidos à risca, um por um e nenhum detalhe passa desapercebido… Mas depois é chegar, agulhar e pronto!

Diagnóstico (mesmo que forma mais rápida) se faz sempre!

É através do interrogatório, palpação, inspeção e ausculta e olfação é que é possível avaliar se o paciente está melhorando ou não.

Deve-se lembrar que a doença pode ser comparada a um viajante que vai de cidade em cidade, ou seja, a síndrome muda; a doença evolui; fatores patogênicos podem aparecer…

E tudo isso precisa ser considerado em cada atendimento.

3. Atender com pressa ou preocupação

Existe uma frase de Biao You que diz: “Não dirigir para mais nada a atenção, encarar a agulha como um tigre na mão, o Shen não desconcentrar”.

O profissional deve estar PRESENTE no tratamento. Concentrado no paciente, nos detalhes e em todas as informações que chegam através dos seus cinco sentidos.

Falar no celular, pensar nas contas a pagar ou atender com pressa porque está atrasado só vão prejudicar o tratamento do seu paciente.

Sim… Sem atenção plena, o diagnóstico não será bom, a seleção de pontos não será a melhor e o agulhamento não atingirá o máximo desempenho que pode ter.

Foco é fundamental. Não está bem? Melhor não atender…

4. Deixar a biossegurança de lado

Com o passar do tempo, muitos profissionais passam a acreditar que a biossegurança era apenas uma matéria obrigatória do curso e aí deixam todos os cuidados de lado…

É preciso tomar todos os cuidados durante o atendimento, para sua segurança e para a segurança do seu paciente. Principalmente em tempos de coronavírus.

Jaleco, calçado fechado, higienização correta do ambiente, agulhas descartáveis, material limpo e higienizado são fundamentais na prática clínica.

Biossegurança é essencial.

5. Não documentar o atendimento

Por algum motivo “misterioso”, a acupuntura é sempre culpada de tudo.

Ficou roxo? Acupuntura. Subiu a pressão? Acupuntura. Dor de dente? Acupuntura e assim por diante.

Por isso, para lidar com esses questionamentos pós atendimento é imprescindível manter os registros do atendimento: o que foi verificado, qual o princípio de tratamento adotado, seleção de pontos, recomendações ao paciente e intercorrências.

Já vi casos de pacientes que questionaram hematomas em locais que não foram agulhados no atendimento, parentes questionando o “resultado” de ventosa, doenças que “apareceram” após o atendimento e muitos outros casos.

Vale a pena perder um tempinho escrevendo e registrando tudo o que foi feito no atendimento. É uma forma de se precaver de processos e questionamentos infundados.

 

 

 

Quem escreveu: Odair Tanganeli
É professor do Aprendiz de Medicina Chinesa. É profissional da Medicina Chinesa com formação em Acupuntura, Dietoterapia e Acupuntura em Emergência e controle da dor. Atende atualmente em Peruíbe - (@odairantoniotanganeli)

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