Vamos dar uma pausa na teoria para falar um pouco da prática clínica.

Afinal, não adianta ser um profissional excelente se falhar no atendimento do paciente 🙁

Vamos lá!

1. Deixar o paciente sozinho agulhado

Tem profissional que agulha o paciente e volta depois de meia hora para retirar as agulhas. Alguns mandam outra pessoa fazer a retirada e outros ainda deixam o paciente agulhado até… lembrar que o paciente ainda está lá.

A inserção das agulhas, o estímulo e até o uso de alguns pontos podem causar reações desagradáveis no paciente, como por exemplo tontura, náusea ou queda de pressão.

Ainda, existem pacientes que tem um “certo medo” de agulha e que podem entrar em pânico ao se verem numa sala, sozinhos e cheio de agulhas.

Isso não se faz! É preciso acompanhar o paciente durante o tempo de agulhamento (inclusive verificar o pulso e realizar estímulos).

Caso isso não seja possível por algum motivo, pelo menos disponibilize uma campainha (do tipo sem fio, que custa a partir de R$ 20,00 no mercado) ou alguma outra forma de chamada para que o paciente se sinta seguro e te chame em caso de emergência.

Porém, mais uma vez ressalto: Deve-se permanecer com o paciente durante todo o tempo!

2. Só fazer diagnóstico na primeira vez

Tem muita primeira consulta por aí que dura 2 ou 3 horas: todos os passos do diagnóstico são seguidos à risca, um por um e nenhum detalhe passa desapercebido… Mas depois é chegar, agulhar e pronto!

Diagnóstico (mesmo que forma mais rápida) se faz sempre!

É através do interrogatório, palpação, inspeção e ausculta e olfação é que é possível avaliar se o paciente está melhorando ou não.

Deve-se lembrar que a doença pode ser comparada a um viajante que vai de cidade em cidade, ou seja, a síndrome muda; a doença evolui; fatores patogênicos podem aparecer…

E tudo isso precisa ser considerado em cada atendimento.

3. Atender com pressa ou preocupação

Existe uma frase de Biao You que diz: “Não dirigir para mais nada a atenção, encarar a agulha como um tigre na mão, o Shen não desconcentrar”.

O profissional deve estar PRESENTE no tratamento. Concentrado no paciente, nos detalhes e em todas as informações que chegam através dos seus cinco sentidos.

Falar no celular, pensar nas contas a pagar ou atender com pressa porque está atrasado só vão prejudicar o tratamento do seu paciente.

Sim… Sem atenção plena, o diagnóstico não será bom, a seleção de pontos não será a melhor e o agulhamento não atingirá o máximo desempenho que pode ter.

Foco é fundamental. Não está bem? Melhor não atender…

4. Deixar a biossegurança de lado

Com o passar do tempo, muitos profissionais passam a acreditar que a biossegurança era apenas uma matéria obrigatória do curso e aí deixam todos os cuidados de lado…

É preciso tomar todos os cuidados durante o atendimento, para sua segurança e para a segurança do seu paciente. Principalmente em tempos de coronavírus.

Jaleco, calçado fechado, higienização correta do ambiente, agulhas descartáveis, material limpo e higienizado são fundamentais na prática clínica.

Biossegurança é essencial.

5. Não documentar o atendimento

Por algum motivo “misterioso”, a acupuntura é sempre culpada de tudo.

Ficou roxo? Acupuntura. Subiu a pressão? Acupuntura. Dor de dente? Acupuntura e assim por diante.

Por isso, para lidar com esses questionamentos pós atendimento é imprescindível manter os registros do atendimento: o que foi verificado, qual o princípio de tratamento adotado, seleção de pontos, recomendações ao paciente e intercorrências.

Já vi casos de pacientes que questionaram hematomas em locais que não foram agulhados no atendimento, parentes questionando o “resultado” de ventosa, doenças que “apareceram” após o atendimento e muitos outros casos.

Vale a pena perder um tempinho escrevendo e registrando tudo o que foi feito no atendimento. É uma forma de se precaver de processos e questionamentos infundados.