Quando se fala no conceito de “cultivar a raiz” criado por Sun Simiao no século VI, muitas vezes não entendemos sua profundidade e sua importância.

A saúde do indivíduo começa a ser determinada no momento da concepção e é definida durante sua infância.

O primeiro fator determinante para a saúde ou presença de doenças crônicas na vida adulta são os níveis de toxicidade fetal e como é tratada na infância.

A toxicidade fetal são as toxinas passadas da mãe para o bebê durante a gestação (da concepção ao parto), que ficam adormecidas até que alguma circunstância (normalmente fator patogênico externo) as ativam.

Assim, a dieta e o estilo de vida da gestante são fundamentais para que o nível de toxicidade do bebê seja o menor possível.

Alimentação irregular, gordurosa e desequilibrada, ingestão de álcool, estresse, uso de medicamentos (inclusive no parto), tabaco e outras substâncias nocivas fazem com que o nível de toxicidade seja maior.

Um bebê com altos níveis de toxicidade fetal tende a ser mais agitado (chora muito, dorme pouco e sente muito desconforto).

Essas toxinas ficam adormecidas até serem provocadas por um fator patogênico externo, e então se expressam (são eliminadas).

Uma das formas mais usuais de eliminação seria através das doenças infantis (catapora, rubéola, etc), porém com a vacinação massiva (e não entramos aqui na questão se é certo ou não), essa forma de eliminação não é possível.

Com isso, a eliminação da toxicidade fetal ocorre principalmente através de coceira, febre alta e alterações de pele.

Quando o corpo não consegue eliminar totalmente a toxicidade fetal, essas toxinas ficam armazenadas no corpo e causam doenças crônicas e alérgicas que duram a vida toda. É o caso da alergia alimentar, rinite crônica, asma e também das doenças comportamentais como TDAH, autismo, etc. Em todas elas, a toxicidade fetal tem grande influência.

Mas como resolver a toxicidade fetal?

Prevenção

O ideal é que a mulher (gestante ou tentante) seja orientada para manter uma dieta saudável, evitar o uso de álcool, medicamentos e outras substâncias tóxicas durante a gestação.

Atividade física moderada, meditação e Qi Gong são excelentes formas de manter o estresse sobre controle durante esse período.

Tratamento

O tratamento envolve deixar que a toxicidade fetal se expresse completamente quando ativada e fortalecer o corpo da criança.

No primeiro caso, é importante evitar o uso de medicamentos (principalmente anti-térmicos) nos primeiros sinais de febre, coceira, vermelhidão e alterações da pele. Essas condições devem ser acompanhadas de perto e deve-se utilizar o Tuiná, acupressão e outras técnicas naturais para ajudar na expressão da toxicidade fetal.

O uso de medicamentos inibe a expressão da toxicidade fetal e faz com que ela não seja totalmente eliminada. Atenção: isso não quer dizer que os bebês e crianças não devem ser medicados em situações sérias (febre alta, infecções, etc), mas sim que não se deve utilizar medicamentos sem necessidade ou assim que aparecem os primeiros sintomas.

O fortalecimento do corpo tem relação direta com o centro (Baço / Estômago) e com o aumento da imunidade. Isso pode ser feito através da alimentação (dietoterapia chinesa), tuiná e outras técnicas.

A figura abaixo resume o conceito de toxicidade fetal.

Referência
– FLAWS, Bob. A handbook of TCM Pediatrics. Second Edition. New York: Blue Poppy Press, 2006.