Muito mais que o fluido vermelho que percorre artérias e veias, na Medicina Chinesa o Sangue é uma forma de Qi mais densa e materializada (mais Yin), cuja função principal é nutrir o corpo.

O processo de formação do Sangue tem início no Estômago, que processa os grãos e líquidos ingeridos. A parte pura resultante desse processo é enviada para o Baço que transforma e transporta o Gu Qi (Qi dos Alimentos) para a região toráxica.

Através do impulso dado pelo Pulmão, através do Kong Qi (Qi do Pulmão), a matéria prima para a formação do Sangue é enviada para o Coração, onde se torna Sangue através da ação do Yuan Qi (Qi original) e da Medula. É neste ponto que ele recebe a cor vermelha característica.

O capítulo 18 do Ling Shu (Eixo Espiritual) tem-se que “o Estômago é o aquecedor médio, abre-se para dentro do aquecedor superior recebe Qi, secreta detritos, evapora os líquidos e os transforma numa essência refinada. Isso jorra para cima na direção dos Pulmões e é transformado em Sangue”.

Ao analisar a participação do Yuan Qi e da Medula na formação do Sangue, pode-se concluir que o Rim também tem papel fundamental nesse processo, uma vez que armazena a essência e é onde o Yuan Qi (Qi Original) se forma. Além disso, o Rim tem relação direta com a formação da medula.

A figura abaixo ilustra o processo de formação do Sangue de acordo com a Medicina Chinesa.

Em linhas gerais, alimentação correta associada à pontos associados ao Sangue,  como BA10 (xuehai) ou B17 (geshu) ou fórmulas que tonificam o Sangue são fundamentais para a formação do Sangue. Esse tipo de tratamento é indicado para casos de deficiência de Sangue.

Referências

– AUTEROCHE. M.; AUTEROCHE, B. Guia Prático de Acupuntura e Moxibustão. 1ª Edição. São Paulo: Andrei, 1996.
– MACIOCIA, Giovanni. Os fundamentos da medicina chinesa. 3ª edição. Rio de Janeiro: Roca, 2019.