Na cultura chinesa, o termo sanbao, traduzido como “três tesouros”, “três jóias” ou “três preciosidades” é utilizado para indicar os três aspectos principais de uma ciência, crença ou religão.

Na Medicina Chinesa, os três tesouros são a Essência (jing), o Qi e a Mente (Shen).

Segundo Maciocia, esses três aspectos representam três estados diferentes do Qi: A Essência é o mais denso, o Qi é o mais rarefeito e a Mente é o mais sutil e imaterial.

Esses três aspectos interagem entre si e o estado de cada um deles é fundamental para a saúde.

A Essência fica armazenada no Rim e além de ter papel fundamental no crescimento, desenvolvimento e reprodução, também participa da formação do Qi e do Sangue. É por isso que a “Essência é o fundamento do corpo”.

O Qi, formado principalmente através das funções do Baço/Estômago é considerado o “combustível do corpo”.

A Mente é abrigada no Coração e tem cada um de seus cinco aspectos relacionados com os órgãos correspondentes.

Zhang Jie Bin afirmou que “Quando a Essência é forte, o Qi floresce; quando o Qi floresce, a Mente é inteira”.

Isso quer dizer que a atividade da Mente depende do Qi e da Essência, ou seja, quando o Qi e a Essência são suficientes, a Mente é equilibrada e feliz e quando o Qi e a Essência são deficientes, a Mente sofre e se torna infeliz, deprimida ou ansiosa.

O contrário também é válido: quando a Mente é perturbada por situações da vida (questões emocionais), ela afeta primeiramente a qualidade e o funcionamento normal do Qi (movimentos e funções) e posteriormente enfraquece a Essência.

A importância desses três aspectos e as relações entre eles fazem com que sejam considerados os três tesouros do ser humano que devem ser protegidos e cuidados, tanto pelo indivíduo quanto pelo profissional.

A figura abaixo ilustra os três tesouros.

 

Referência

– MACIOCIA, Giovanni. Os fundamentos da medicina chinesa. 3ª edição. Rio de Janeiro: Roca, 2019.