Ao avaliar o pulso de um paciente ou o nosso, buscamos identificar algum padrão que seja similar a descrição de um dos 28 tipos de pulsos patológicos.

Porém, no início da prática clínica (e até muito depois) essa associação pode ser difícil e complicada.

É por isso que cada vez mais profissionais e até professores tem deixado a pulsologia de lado no diagnóstico e baseando-se exclusivamente no interrogatório.

E aí, perde-se uma grande possibilidade, tanto de diagnóstico quanto de avaliação do tratamento (isso porque o pulso muda imediatamente).

Na verdade, o que torna a avaliação do pulso tão difícil é que não se sabe exatamente quais aspectos precisam ser avaliados. É sobre tema que falaremos nesse artigo!

Existem oito aspectos que precisam ser avaliados durante a palpação do pulso. São eles: velocidade, localização, força, largura, comprimento, fluidez, tensão e ritmo.

A seguir, uma breve descrição de cada um deles.

Velocidade

A velocidade do pulso, ou seja, se é rápido ou se é lento, indica se há presença de calor ou de frio.

Para um adulto normal, a velocidade normal do pulso é de 4 batimentos por ciclo respiratório (do profissional). Para crianças, a velocidade normal é maior (quanto mais nova é a criança, maior é a velocidade) e para o idosos é menor.

Localização

Existem 3 profundidades possíveis do pulso: superficial, intermediária e profunda. Quanto maior a profundidade, mais interna está a patologia.

Força

A força é avaliada através da pressão que o batimento causa sob os dedos. Quando o pulso é forte, ele indica excesso e quando é fraco indica deficiência.

Largura

A largura é avaliada conforme o preenchimento do vaso. Quando o pulso não preenche a polpa digital do profissional, é considerado fino e quando excede a polpa digital (no sentido de largura) é considerado largo. A largura indica a quantidade de Sangue.

Comprimento

O comprimento é avaliado conforme o tamanho do pulso. Quando o pulso não é sentido nas três posições é considerado curto e quando ele ultrapassa a posição chi (terceira posiçã0) é considerado longo. O comprimento indica a condição geral do Qi.

Fluidez

O pulso normal deve ter livre fluxo e ser suave. Quando é oleoso é considerado escorregadio e quando não tem livre fluxo (para ou tem dificuldade de circular) é considerado áspero. O primeiro caso indica a presença de umidade e o segundo de deficiência, especialmente de Sangue.

Tensão

O pulso normal deve ser como uma corda esticada, sem estar solta em um dos lados e sem estar extremamente esticada. Quando o pulso é sentido como uma corda solta é considerado mole e quando parece uma corda muito esticada é considerado duro.

Ritmo

O pulso deve ter um ritmo regular, ou seja, deve ter velocidade constante e não falhar. Quando há alteração de velocidade ou quando o batimento falha é considerado intermitente e então deve-se encaminhar o paciente para um médico da Medicina Ocidental para avaliação das funções cardíacas.

A imagem abaixo resume os oito aspectos que precisam ser avaliados no pulso.

Referências

– FLAWS, Bob. O segredo do diagnóstico chinês pelo pulso. São Paulo: Rocca, 2005.
– MACIOCIA, Giovanni. Os fundamentos da medicina chinesa. 3ª edição. Rio de Janeiro: Roca, 2019.
– SHU-HE, Wang. O Clássico do Pulso. São Paulo: Rocca, 2007.