Apesar de diversas obras e estudos científicos apontarem sugestões de pontos e “protocolos” para determinadas doenças, nada substitui o atendimento completo da Medicina Chinesa. E nem deve substituir.

Somente com os 6 passos básicos para o tratamento é que o profissional pode proporcionar um tratamento eficaz para seu paciente.

Vamos lá:

1. Definir a Queixa Principal

Na prática, o paciente normalmente chega com uma lista de queixas e reclamações. Isso significa, na maioria das vezes, que é polisindrômico.

Mas o que tratar primeiro?

Isso depende da queixa principal. É importante identificar com o paciente qual é sua queixa principal ou qual delas quer “tratar primeiro”.

Muitas vezes, as queixas secundárias tem relação com a queixa principal e quando ela é tratada, esses sintomas desaparecem também.

De qualquer forma, o tratamento precisa ter um foco específico.

2. Identificar sinais e sintomas (4 pilares do diagnóstico)

Após a identificação da queixa principal, deve-se partir para os 4 pilares do diagnóstico (inspeção, palpação, interrogatório e ausculta e olfação) afim de identificar sinais e sintomas que possam ser úteis na identificação da síndrome correta.

Deve-se destacar que “uma doença, diversas síndromes e uma síndrome, diversas doenças”.

3. Identificar a síndrome

Com todos os sinais e sintomas em mente, o profissional deve então identificar a síndrome da Medicina Chinesa.

É estagnação do Qi do Fígado? Estase de Sangue? Qual é a raiz do problema?

Aqui é preciso dizer que a síndrome é como uma “fotografia” da doença que mostra o padrão atual. Ela pode variar durante o tratamento.

4. Definir o princípio de tratamento

Definida a Síndrome, deve-se definir o princípio de tratamento.

Apesar de parecer simples, essa fase do tratamento é essencial para o sucesso, pois é nesse momento que o profissional irá definir suas estratégias e é a partir delas que serão definidos o tipo de tratamento, a seleção de pontos de acupuntura, fitoterapia, etc.

5. Escolher o tipo de tratamento

Com base no princípio de tratamento, o profissional deverá escolher o tipo de tratamento: será acupuntura, fitoterapia, moxabustão? Associação de dois ou mais tipos…

Ainda, é nesse momento que se deve definir o método de tratamento: acupuntura sistêmica, microssistema (auriculoterapia, crâniopuntura, etc).

6. Orientar o paciente

Após definir a queixa principal, identificar sinais e sintomas, identificar a Síndrome, definir o princípio de tratamento, escolher o tipo de tratamento e obviamente realizar o tratamento, o profissional deve orientar o paciente.

Não adianta nada realizar um tratamento com Medicina Chinesa e sair do consultório e ir para um bar tomar uma cerveja bem gelada…

O paciente deve ser orientado sobre possíveis efeitos do tratamento, sobre a alimentação e sobre alterações na sua rotina diária (por exemplo não pisar no chão descalço, etc).

Essa fase é importante para deixar claro para o paciente que a Medicina Chinesa não é “mágica” e que requer comprometimento dele durante o tratamento.

 

Vale a pena lembrar que a Medicina Chinesa é uma racionalidade médica completa, que trata doenças (sim!) e que possui diagnóstico próprio.

Não dá para fazer dessa ciência apenas uma “receita de bolo” para cada doença (na Medicina Ocidental).

Isso só faz com que a Medicina Chinesa seja vista com “maus olhos “e que os resultados não sejam tão bons quanto poderiam ser.

A figura abaixo resume os 6 passos do atendimento na Medicina Chinesa.