No nosso dia a dia sempre aparece um paciente ou um acompanhante que diz que “não acredita em acupuntura” ou que “acupuntura é placebo”.

Não! A acupuntura não é placebo, tem sua efetividade comprovada cientificamente (embora os mecanismos fisiológicos ainda não estejam totalmente claros) e diversos estudos comprovam sua efetividade no tratamento das mais diversas patologias.

Neste artigo, vamos explicar quais são os processos básicos de um estudo científico e como é feita a comprovação de eficácia de uma terapia (seja ela um medicamento, uma técnica, uma cirurgia, etc).

Antes de mais nada, é preciso entender o que é placebo!

Placebo ou efeito placebo é definido como um efeito psicológico da crença do paciente de que está recebendo algum tipo de tratamento, ou seja, é a sugestão mental causando melhora física.

O efeito placebo sempre ocorre, independentemente de ser acupuntura, medicamento, injeção ou qualquer outro tipo de terapia.

Mas o que distingue o que é placebo do que é real?

A resposta para essa pergunta está nos processos inerentes de todos os estudos científicos que visam comprovar a efetividade de qualquer medicamento ou terapia.

Nos estudos, seleciona-se inicialmente um grupo de pacientes (com a mesma patologia e/ou mesmas condições).

Feita a seleção, o grupo é dividido basicamente em duas partes: uma que receberá o tratamento real e outra que receberá o tratamento placebo.

O participante não sabe o tipo de tratamento que está recebendo (teste cego) e em algumas condições, nem o executor sabe quem está recebendo placebo ou o tratamento real (teste duplo cego).

Todos os participantes são submetidos ao mesmo tempo e mesmas condições de tratamento e ao final são realizadas mensurações, que podem ser diretas (como exames clínicos e exames de imagem) ou subjetivas (como pesquisas de percepção, escalas de dor, índices de bem estar, etc).

Processados os resultados das duas partes, tem-se a comparação dos resultados.

Em geral, os resultados dos participantes que receberam “placebo” existem, porém são pequenos e/ou atingem uma pequena porcentagem dos participantes.

Já os resultados dos que receberam o tratamento real são expressivos e/ou atingem uma grande porcentagem dos participantes.

Isso quer dizer que um medicamento/terapia é considerado efetivo quando seus resultados são imensamente melhores e maiores o que o grupo placebo.

Quando o medicamento/terapia é considerado placebo, os resultados de quem recebeu tratamento real e tratamento placebo são estatisticamente semelhantes.

No caso da acupuntura, existem centenas de estudos científicos, de diversos países além da China, que realizam exatamente esse processo para avaliar os efeitos da acupuntura nas mais diferentes patologias: insônia, dor, AVC, anorexia, etc, e praticamente todos eles comprovam a efetividade da acupuntura.

Isso quer dizer que o grupo que recebeu acupuntura real apresenta resultados estatisticamente melhores do que o grupo que recebeu placebo.

Normalmente, a acupuntura real segue o mesmo protocolo para todos os pacientes (embora algumas pesquisas realizem a diferenciação individual de síndromes) e o atendimento é realizado por profissional qualificado, com as agulhas inseridas corretamente nos pontos de acupuntura, estimuladas adequadamente e retidas pelo tempo necessário.

Já os participantes que recebem placebo são agulhados em locais fora dos canais principais e de pontos extras, superficialmente e sem nenhum tipo de estímulo.

Infelizmente, algumas pesquisas mais antigas, baseadas em processos errôneos ou inadequados, acabam concluindo que a acupuntura é ineficaz.

Mas sempre existem pesquisas mais novas que retificam suas informações e tecem críticas ou apontam erros no processo, condições e técnicas utilizadas.

Da próxima vez que você ouvir que acupuntura é placebo, você já sabe como explicar porque não é!

Acupuntura é real!!!